- Março 21, 2024
Paredense multifacetado com amor pelas artes
André Barros ainda é muito jovem, mas já tem um percurso digno de destaque.
Tem 20 anos de idade, reside em Parada de Todeia, Paredes, e podemos afirmar que André Barros é um jovem extremamente dinâmico, com uma grande paixão, o teatro. Alias, este paredense até gostaria que o seu dia tivesse 48 horas, de forma a se poder dedicar ainda a mais projetos. Foi, por isso, através de uma conversa informal que conhecemos melhor o seu percurso.
Estás a tirar uma licenciatura em Direção de Cena e Produção. O que te levou a esta área?
– Escolhi esta licenciatura para complementar a formação que já tenho, que foi obtida na escola profissional do Balleteatro. Eu gostava de criar os meus próprios projetos artísticos e sabia que esta licenciatura me iria ajudar, mas não sei dizer se irei terminar, pois é um curso bastante exigente. Nos espetáculos académicos, perco vida pessoal para a faculdade e estar um pouco afastado do palco coloca-me numa posição mais triste. Talvez volte a estudar interpretação numa licenciatura ou mestrado.
Quais são os teus objetivos profissionais?
– Gostava de ter a minha companhia de teatro, continuar a trabalhar com o Astro Fingido, Coliseu do Porto e chegar a outros palcos, como o Teatro Nacional São João, Dona Maria II e, quando tiver idade, ser diretor artístico de um grande teatro.
Como se deu esta tua paixão pelas artes e pela cultura?
– É uma pergunta difícil de responder, sendo que tive uma educadora no infantário que sempre estimulou o meu lado artístico. Quando tinha 4 anos de idade, os meus pais foram chamados à atenção sobre isso, num sentido de artes plásticas, algo que ainda gosto muito. Já na escola primária, adorava fazer todas as festas de fim de ano, mas nesse período comecei também a ter curiosidade pelas artes circenses. Isto porque, tive um rapaz na minha turma que era do circo, depois disso, no recreio, fazia espetáculos de circo. Na altura da Páscoa eram as vias-sacras encenadas, inspiradas pelas que via na minha paróquia. Ao longo destes anos, fui muitas vezes ao circo do Coliseu, a espetáculos de teatro, entre outros. Aos meus 12 anos, começou a surgir o interesse pelo teatro, comecei a estudar pelo YouTube e descobri que havia um grupo de teatro amador perto de minha casa, o CêTeatro. Contudo, ainda demorei a ir para lá. Aliás, até fiz uma peça de teatro na escola, “Leandro, Rei de Helíria”, no 7.º ano na disciplina de Português, e a minha professora motivou-me a procurar um grupo de teatro. Em 2019, comecei a ter aulas de canto, pois queria estudar teatro, mas tinha que fazer audições. Em março de 2020, ia fazer as audições para o Balleteatro mas foram adiadas para maio. Comecei a estudar e no mesmo ano, o Astro Fingido abordou o CêTeatro, pois precisava de atores jovens. Fiz, então, o espetáculo “Terra Queimada”, com uma personagem coletiva. Mais tarde, em 2022, houve reposição do mesmo espetáculo e a minha personagem foi mudada, tendo eu passado a elenco secundário, aí tive a cena do “Cão Center” e a manipulação das marionetas. No mesmo ano, fiz outro espetáculo, “A noite sempre a meu lado”, que era sobre o Daniel Faria. Em 2021, fiz um espetáculo no qual originou uma pequenina companhia de teatro, Genoa, no qual já não estou a colaborar devido a problemas normais da comunidade artística. Tive aulas de canto e de piano em alguns sítios. Tenho vindo a trabalhar com a Fátima Neto, inclusive, já fizemos um espetáculo na Casa da Cultura em Paredes, com bailarinos e cantoras do concelho. Vêm aí novos projetos, mas não posso ainda falar muito sobre isso. Em 2023, entrei na ESMAE e em novembro fui convidado para ser intérprete no Circo do Coliseu do Porto, foram cerca de 45 sessões. Foi um mês intenso, mas muito bom, pois deu para reviver a minha criança que queria ser artista circense. Em fevereiro, passei numa ‘open call’ do Coliseu e estou a trabalhar de novo com eles, na criação de umas performances para serem apresentadas pela cidade do Porto.
A reportagem completa na edição de 21 de março de 2024