• Maio 16, 2024

Beatas para que vos quero

Beatas para que vos quero

Alunos paredenses propõem dar utilidade às pontas dos cigarros

Beatas para que vos quero

O Agrupamento de Escolas de Vilela arrecadou 13 prémios, incluindo um segundo lugar ex aequo, com o projeto “Da cinza à inovação”, no âmbito de um concurso nacional que desafia a identificação de problemas locais e apresentação de soluções.

“Da cinza à inovação” foi a proposta dos alunos do Agrupamento de Escolas (AE) de Vilela, do qual fazem parte as duas escolas básicas e secundárias de Vilela e Rebordosa, para um planeta mais limpo, através da instalação de EcoPontas no concelho.

A ideia subjacente, apresentada no âmbito do projeto de âmbito nacional “Nós Propomos” promovido pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT), da Universidade de Lisboa, é prevenir a contaminação dos ecossistemas. Segundo o levantamento feito pelos estudantes Francisca Torres, Maria Marques, Mariana Rocha, Matilde Silva e Nuno Bessa, “os filtros das beatas dos cigarros demoram entre 10 a 12 anos para se decompor, mas nunca chegam a realizar esse processo completamente, por não serem biodegradáveis”.

Problema detetado,

solução apresentada

Para resolver este problema ambiental, confirmada a existência em Portugal de investigação a esse respeito, sugeriram a colocação em pontos de grande circulação de pessoas destes contentores específicos, os chamados EcoPontas. Produzidas pelo Laboratório da Paisagem, de Guimarães, com quem entraram em contato e estiveram reunidos, estas estruturas em chapa servem de depósito de beatas para posterior reciclagem. Cabides, tijolos ou bolas de argila para vasos são algumas das possíveis reutilizações.

Com o intuito de implementar a proposta, o grupo de estudantes esteve reunido, depois, na autarquia com o presidente e o titular da pasta da Educação.

“O presidente achou a ideia muito interessante, mas agora compete à empresa chegar a acordo com o município, mas o principal, a sugestão e o alerta, foi conseguido”, adiantou Sandra Fazenda, em declarações ao jornal O PAREDENSE.

Melhor prestação de sempre

A professora e uma das três orientadoras dos estudantes do 10.º, 11.º e 12.º anos da disciplina de Geografia A e C, destacou a importância do projeto “Nós Propomos”, por “fazer com que os alunos olhem o município de forma diferente, deixando-os em alerta”, de modo a “detetarem os problemas e apresentarem as respetivas soluções”.

“Nós participamos neste projeto há oito anos e fomos sempre premiados, ganhando inclusive o concurso principal por três vezes consecutivas, de 2019 a 2022, mas esta foi a melhor prestação de sempre, com um total de 13 prémios, entre projetos e concursos temáticos”, concluiu.

A Secundária da Sobreira, também presente, logrou alcançar dois prémios.

Participaram um total de 54 alunos, entre as duas escolas do AE de Vilela, e todos foram a Lisboa apresentar os respetivos trabalhos.

A avaliação do projeto principal é feita por um professor de cada escola/agrupamento participante, a quem compete eleger três dos trabalhos a concurso, não podendo votar em nenhum da sua escola.

No fundo, procura-se celebrar o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo, em termos de problemas da comunidade, para os quais os jovens são desafiados a apresentar as suas propostas, numa assumida aposta de cidadania territorial.

Desde 2011/12, quando se iniciou o projeto “Nós Propomos”, já participaram mais de 20 mil estudantes e professores de escolas de todo o país.