- Maio 2, 2024
Um amor chamado rádio
Trocou a toga pelo microfone e é hoje a voz da Jornal FM
Célia Silva encontrou-se como pessoa e profissional a fazer rádio, num processo iniciado em emissões gravadas na infância e continuado nas rádios piratas, sendo hoje a voz feminina da Jornal FM e “uma pessoa extremamente feliz e realizada”.
Se é ouvinte de rádio e, em particular, da Jornal FM, com estúdios em Gandra, por certo reconhecerá a frase “Missão obrigatória para hoje (é) ser feliz!”, marca identificativa de Célia Silva, locutora, de 52 anos, que trocou a carreira jurídica como advogada pelo amor à rádio.
“Recordo que desde tenra idade passava o dia a ouvir rádio e, como criança de imaginação fértil, ficava a penar como seria o mundo daquelas pessoas que vivam dentro da rádio”, disse Célia Silva, ao O PAREDENSE.
Gravou mais tarde emissões num rádio antigo do avô, mas a oportunidade surgiu quando chegaram as rádios piratas e o professor de Filosofia, convicto de que teria jeito para a comunicação, a incentivou a experimentar.
“A partir daí nunca mais deixei de fazer rádio, um verdadeiro porto de abrigo diário, algo que gostava tanto e, como se não bastasse, ainda era paga para o fazer”, sublinhou.
“Só na rádio seria feliz”
Célia Silva começou em Castelo de Paiva, seguindo-se várias rádios até pousar na Jornal FM, numa primeira fase aos fins de semana, como complemento da faculdade.
“A rádio é um amor de tal ordem que, na altura em que me licenciei em Direito e terminei o meu estádio com sucesso na Ordem dos Advogados no Porto, abdiquei da carreira jurídica e cancelei a minha carteira profissional, por sentir que só na rádio seria feliz”, confessou.
A radialista diz que o segredo passa por “optar sempre pelo discurso direto”, para parecer “uma amena conversa”, procurando “levar leveza e, se possível, animação a cada ouvinte”. Para isso, a reconhecida profissional de rádio recorre à ideia de “sorriso de orelha a orelha” e à máxima de que “um bom locutor não tem problemas, mas ajuda a resolver problemas, sem se dar conta”.
Paixão acima de tudo
Tudo terá de ser paixão num mundo que mexe tanto com o imaginário das pessoas.
“Há poucos anos atrás, quando trabalhava numa campanha autárquica, fiquei verdadeiramente deslumbrada quando, numa visita a uma grande empresa da região, reparei que os funcionários me tinham identificado e falavam discretamente entre si. Quando me dei conta, tinha um grupo considerável à minha volta”, recordou.
Célia gosta de fazer um pouco de tudo na rádio, porque “tudo é um trabalho de criação”, sejam as emissões ou gravação de publicidade, mas, também, televisão, locução para vídeos e, mais esporadicamente, apresentação de eventos.
“Acredito que no futuro me irei dedicar à escrita com a rádio sempre por perto, a pintura é outro dos meus interesses. Vou pincelando nas horas livres e já tive até oportunidade de mostrar alguns dos meus trabalhos na Casa da Cultura de Paredes”, concluiu.
O disco pedido por Célia Silva
Os discos pedidos são um dos espaços mais icónicos das rádios e, por isso, O PAREDENSE desafiou Célia Silva a escolher uma música e, tal como num dos programas que apresenta, a fazer (e justificar) a dedicatória. “Eu sou muito ‘anos 80’, por isso, obrigatoriamente escolheria uma música dessa época e claramente uma da minha banda favorita de sempre: U2 – Unforgettable Fire!”, confessou. Célia Silva destaca a “sonoridade e letra” da música, dedicando-a a “todos os que, por algum motivo, ainda não se encontraram na vida e se sentem desorientados, porque é disso que fala a letra da música”.