- Maio 6, 2023
Vanessa Matos, a enfermeira paredense por terras alemãs
“Quero e gostava muito de poder exercer no meu país na área de Cuidados Paliativos”.
“Hallo. Sou a Vanessa Daniela da Costa Matos, tenho 32 anos, sou natural da vila de Sobrosa – Paredes e sou licenciada em Enfermagem. Nesta entrevista, vou tentar com que viagem comigo para a Alemanha”, começou por contar a paredense emigrante desta edição.
Há cerca de 9 anos, teve coragem de ir viver sozinha para a capital Berlim, em 14 de julho de 2014. Acabou a licenciatura, em 2013, numa altura em que se falava “muito da troika”. “Portugal já passava por algumas dificuldades económicas”, com o “desemprego a aumentar gradualmente”, recordou, lamentando a falta de oportunidades laborais. Diziam-lhe que não a podiam contratar por não ter experiência na área, mas sendo uma recém-licenciada “era difícil” tê-la, advogou.
Ainda fez algumas formações, mas as respostas positivas não surgiram. Até que, na secção de anúncios de um jornal nacional, leu sobre a possibilidade de exercer na Alemanha. “Com o apoio da família”, resolveu candidatar-se e “foi assim que a aventura começou”.
“Como digo sempre, eu não escolhi a Alemanha, mas, sim, a Alemanha que me escolheu. Podia ter ido para a Inglaterra, sim podia, mas não era o país que sonhava para trabalhar”, afirmou, frisando que o grande motivo de ter ido para aquele país da Europa Ocidental se prende com questões profissionais. “Consigo exercer a profissão para a qual estudei e ter oportunidade de continuar a estudar, adquirindo experiência”, sustentou, destacando que a “Alemanha tem muitas vagas para profissionais de saúde”.
“Sempre pensei que iria ser recrutada para um lar de idosos numa terra mais de interior, com menos movimento. Mas, gostei muito quando me disseram que vinha para aqui”, confidenciou.
A nível de legalidades, se quer ir viver para o país alemão, “não é preciso muita documentação”, revelou. “Só me foi pedido que viesse acompanhada do meu cartão de cidadão/passaporte, uma certidão de nascimento e o registo criminal. Aquando da chegada a Berlim, temos cerca de 15 dias para nos registarmos na câmara municipal correspondente ao nosso bairro”, explicou. Depois, “ao fazermos esse registo os nossos dados são comunicados às entidades sociais e financeiras, que a posteriori nos enviam os nossos números pessoais”, continuou. Assim sendo, “com o registo feito, conseguimos abrir conta num banco e fazer o seguro de saúde”, sendo os primeiros dias “uma correria entre marcações e papéis”.
Em 2015, o namorado juntou-se a Vanessa. “Só estamos nós aqui, a família permanece a 2500 km de distância. Por isso, agradecemos ao desenvolvimento tecnológico que mesmo longe nos faz perto, e assim estamos sempre em contacto com todos”, partilhou com satisfação.
A reportagem completa na edição de 4 de maio de 2023