• Outubro 6, 2022

Última artesã que trabalha em palhinha no concelho lamenta que a tradição se perca

Última artesã que trabalha em palhinha no concelho lamenta que a tradição se perca
Maria Clara e o marido trabalharam com a artista Cláudia Ribeiro para criar um vestido em retalhos de feltro de lã e molduras com palhinha

Há mais de três décadas que Maria Clara Pinto se dedica à arte de empalhar cadeiras e outras peças de mobiliário. É a única artesã no concelho e na região que ainda trabalha nesta arte em que hoje já quase desapareceu.

“Hoje já ninguém quer aprender. E as pessoas mais velhas que sabiam deitar palhinha já morreram. Os jovens não têm interesse e o mais certo é a arte vai acabar por desaparecer completamente”, frisa.

A artesã, natural de Rebordosa, está por estes dias a participar numa parceria criativa promovida no âmbito do Festival de Artes em Madeira de Paredes, que decorre até ao dia 9 de outubro, com várias atividades de homenagem aos artesãos e mestres do concelho.

São quatro colaborações a decorrer durante todo o festival, com o objetivo de incentivar o diálogo artístico, a partilha de técnicas e de experiências entre artistas e artesãos. 

Os trabalhos finais estarão expostos na Casa da Cultura, a partir de 8 de outubro.

“É um trabalho muito minucioso que requer alguma técnica e paciência. Comecei na palhinha para ajudar o meu marido na fábrica e aprendi com duas senhoras novas”, recorda a artesã. Naquele tempo, a palhinha era muito usada no fabrico de cadeiras, cabeceiras de cama, cadeirões e outras peças de mobiliário. Agora já não há procura. “Muita gente tem coisas antigas e não sabe onde ir pôr palhinha, porque já não há ninguém a fazer”, lamenta.

A notícia completa na edição de 6 de outubro de 2022.