- Fevereiro 22, 2024
Paulo Pinto concilia a advocacia com as caricaturas
Trabalha em todo o tipo de estilos de caricaturas, do tipo retrato à extremamente exagerada.
Ser-se advogado e, simultaneamente, caricaturista, parece-lhe ser algo incompatível? Pois bem, o paredense Paulo Pinto é ambos e tem, até dia 28 de fevereiro, patente na Casa da Cultura de Paredes, a sua primeira exposição individual, a “Traços Caricatos”, onde podem ser apreciadas diversas caricaturas digitais.
De referir que o artista vai estar no próximo sábado, dia 24 de fevereiro, a fazer caricaturas ao vivo a lápis/carvão, no valor de 5 euros.
A mostra tem entrada gratuita e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Já ao sábado e domingo, poderá visitar a exposição das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h00.
“O gosto da caricatura é o seguimento do gosto pelo desenho”, elucidou, Paulo Pinto. “Desde muito pequenino que sempre adorei desenhar, comecei por desenhar animais, passei para o cartoon e a caricatura começou na altura em que ingressei na universidade, há cerca de 30 anos”, acrescentou.
Iniciou, então, no mundo das caricaturas, fazendo-as ao vivo. Curiosidade: parece ter sido um concurso da Frisumo a lhe ter dado o empurrãozinho neste meio, pois, foram contratados caricaturistas pelo país, sendo Paulo um deles. “Comecei a ver que tinha algum jeito para fazer este tipo de desenho, que requer alguma rapidez e a partir daí continuei”, garantiu. Trabalhou e estudou a área do desenho, esperando prosseguir e evoluir.
Quais são os elementos que compõem uma boa caricatura? “Primeiro que tudo, dizer o que é uma boa caricatura é um pouco relativo”, respondeu. Ainda assim, disse, “antes de tudo, é tentar-se reconhecer a pessoa que ali está desenhada e termos a capacidade de saber quem é, por muito exagero que se faça”.
Depois, “tentamos pegar naquele ponto essencial daquela pessoa, aquele tique, aquele olhar, algo característico que a identifique em relação a qualquer outra, ou seja, que a torne única”. Sem esquecer que, quem olhar para a caricatura deverá sentir uma vontade de sorrir, sublinhou, dizendo haver vários pensamentos, interpretações e géneros de caricatura.
“Realmente, sim, a caricatura era vista como uma arte menor. Era muito mal interpretada e era utilizada para criticar, mas uma crítica malévola”, considerou. “Creio que nos últimos anos, isto veio a alterar, a caricatura tem sido valorizada como uma verdadeira arte e não só uma forma satírica”, advogou.
“Há caricatura para todo o género e gosto. Há a que eu utilizo muito, que é a mais próxima do retrato, mas há a simbólica, em que basta pôr, por vezes, dois traços e reconhecemos elementos de uma pessoa, vejamos o caso do Charlie Chaplin, em que nos basta colocar o chapéu, a bengala e o bigode”, lembrou, reiterando que a caricatura é algo diferente e não se pode pensar apenas em sátira.
“É um risco de uma profissão de riscos, pois a caricatura tem que ser bem percebida”, afirmou, acrescentando que ainda há pessoas que a confundem muito com os retratos.
A reportagem completa na edição de 22 de fevereiro de 2024.