- Abril 26, 2021
Pandemia marcou discursos de 25 de Abril em Paredes
O 47.º aniversário do 25 de Abril de 1974 foi assinalado em Paredes com restrições devido à pandemia. A cerimónia de comemoração do Dia da Liberdade foi transmitida em direto no Facebook do município de Paredes. Além dos discursos habituais dos autarcas e representantes políticos na Assembleia Municipal a cerimónia englobou também um concerto “Por terras do Zeca Afonso” que contou com a participação especial do Coro dos alunos do 3.ºano do Conservatório de Música de Paredes.
No Facebook do município, o presidente da câmara de Paredes deixou uma mensagem alusiva ao 25 de Abril. Alexandre Almeida lembrou o período difícil que o país e o mundo atravessam por causa da pandemia da Covid-19, a “mais grave crise sanitária depois da gripe espanhola de 1918”, com impacto na saúde, na economia mundial e no sistema social.
Apesar da “imprevisibilidade deste vírus” o autarca reiterou que “é hora de pensarmos as oportunidades que temos pela frente para recuperar o tempo perdido”. Alexandre Almeida sustentou que “uma das principais preocupações da câmara, das empresas e instituições do concelho dos próximos tempos é aproveitar ao máximo as verbas disponíveis do Plano de Recuperação e Resiliência”, para dar resposta às “muitas carências e necessidades” e às “situações de miséria e pobreza que ainda persistem”.
No seu discurso, o autarca destacou ainda o trabalho realizado pelo executivo municipal nos últimos três anos para equilibrar a situação financeira da autarquia, lançar obras, reforçar o papel das juntas de freguesia, atribuindo-lhes recursos financeiros, apoiar as instituições na cultura, no desporto, na educação e na solidariedade social e enfrentar problemas graves como a questão escandalosa da concessão da água e saneamento no nosso concelho.
Alexandre Almeida garantiu que o concelho tem “condições ímpares para continuar no caminho do progresso, do desenvolvimento sustentado e da qualidade de vida”.
Na cerimónia do 47.º aniversário do 25 de Abril tiveram ainda intervenção José Batista Pereira, presidente da Assembleia Municipal de Paredes, assim como os representantes do CDS-PP, CDU e PS.
Batista Pereira, presidente da Assembleia Municipal, recordou os valores conquistados com o 25 de Abril de 1974 e falou da importância de recordar a diferença entre o país daquela altura e o de agora.
“Não vivemos no paraíso. Vivemos num permanente equilíbrio de forças que vão mudando ao sabor das vontades de homens e mulheres livres, portugueses livres”, frisou Batista Pereira, defendendo que, em democracia, a participação e o voto não são só um direito, mas sobretudo um dever.
Jorge Ribeiro da Silva, do CDS, falou de duas “oportunidades perdidas” que o concelho teve no último ano para dar prova das conquistas de Abril, a questão da água e saneamento e a resposta que foi dada à pandemia e à crise social e económica que daí emergiu.
O deputado do CDS defendeu ainda que o “regime está doente” e isso levou ao aparecimento de extremismos radicais. “Os regimes caem quando não há ninguém que os defenda. E pergunto se é este futuro que queremos porque só há revolução quando não há reformas. E se continuarmos passivamente a assobiar para o lado chegará o tempo em que o dia 25 de Abril deixará de existir”, frisou.
Cristiano Ribeiro da CDU, também reiterou que lembrar o 25 de Abril “é justo e necessário” assim como as suas conquistas,nomeadamente a liberdade, os direitos políticos e laborais, o acesso à saúde, etc.
O eleito da CDU defendeu por outro lado que “Abril não se cumpriu na totalidade” e que “o socialismo tão apregoado foi colocado numa gaveta e substituído por um liberalismo sem princípios, nem valores, onde cedo grassaram práticas de corrupção e desigualdades e em que partes importantes da economia foram desviadas para mãos estrangeiras”.
Cristiano Ribeiro apontou ainda a saúde, a escola pública e o poder autárquico como áreas de intervenção prioritária para combater a desigualdade social e promover o desenvolvimento dos territórios.
Já Rui Silva, do PS, lembrou os tempos vividos no último ano de pandemia e enalteceu o trabalho que a câmara municipal realizou neste domínio. O líder da bancada socialista na Assembleia Municipal destacou ainda o esforço dos paredenses e garantiu que “vamos sair mais fortes para ajudar o país a retomar o caminho do progresso e do desenvolvimento”.
“A democracia não está suspensa, apesar das restrições da pandemia e é ainda mais necessária em momentos como este”, frisou o socialista, elogiando ainda o “papel fundamental” que o Serviço Nacional de Saúde teve nesta luta.