• Junho 28, 2024

O que é feito de si? RAUL SANTOS

O que é feito de si? RAUL SANTOS

Foi 60 vezes internacional, como semiprofissional, numa carreira iniciada em Paredes e continuada, entre outros, no Vasco da Gama e FC Porto, onde acumulou títulos. Hoje coordena o basquetebol do União e é adjunto no vice-campeão nacional masculino.

Do pai, além da envergadura, herdou o gosto pelo desporto, e já experimentara futsal, voleibol e andebol, mas “gostava mesmo era de bater a bola”. Na altura, em Paredes só havia basquetebol feminino, mas apareceu, levou os irmãos e começaram a treinar. “Começou aí; depois, fomos falando a este e àquele e formou-se a equipa (da Associação Desportiva do Concelho de Paredes), recordou Raul Santos, ao jornal O PAREDENSE.

Jogava porque gostava, mas os 2.02 metros disfarçavam quaisquer falhas que a ausência de formação no currículo pudesse fazer sobressair e ajudavam a fazer a diferença no retângulo, o que fez despertar o interesse do Vasco da Gama. “Experimentei e correu mais ou menos bem, mas, no ano a seguir, dou o salto para a I Divisão através do FC Porto, naquele momento em fase de reestruturação”, contou. Jogou pouco nos primeiros dois anos, mas “a aprendizagem foi gigante por treinar com jogadores de enorme qualidade, especialmente americanos”, como viria a perceber, depois, ao regressar ao Vasco da Gama e a um campeonato cruzado, com (dois) jogos diante de equipas da II Divisão intercalados por um jogo frente a uma formação da liga principal. Raul Santos destacou-se e foi chamado à seleção nacional, onde voltaria muitas mais vezes, num acumulado de 60 internacionalizações.

Regressou ao FC Porto e foi campeão e bicampeão. Aliás, pelos ‘azuis-e-brancos’, Raul Santos somou três campeonatos, outras tantas taças de Portugal e supertaças e mais uma Taça da Liga.

O mais curioso é que conseguiu este registo sem ser profissional, que viria a experimentar já ‘entradote’ nos ‘trintas’, em Leiria e no Ginásio Figueirense, mas o ponto final da carreira aconteceu, depois, no Vasco da Gama, aos 39 anos. “Gostava de jogar, mas já não tinha o mesmo prazer nos treinos, pelo que não havia outra coisa a fazer”, explicou, admitindo que o arranque da carreira, aos 18 anos, sem formação, o possa ter limitado um pouco.

Coordenador da formação e adjunto no FC Porto

A formação tem sido, aliás, o foco do antigo internacional, hoje com 57 anos, após passagens por Lousada, onde chegou a orientar também a equipa sénior feminina, e Paços de Ferreira, nomeadamente. A ideia é ajudar a criar condições para a modalidade se implantar, a partir das bases, motivando pais e atletas para as várias dinâmicas da modalidade. “No Juventude Pacense começámos a trabalhar com 14/15 atletas e, sete anos depois, já jogavam basquetebol entre 100 e 200 miúdos”, exemplificou.

Raul acabaria por regressar a Paredes, onde é o coordenador e iniciou o projeto no União de Paredes. “O grupo inicial tinha 20 atletas, a pandemia chegou e não destruiu o projeto e hoje, três anos volvidos, temos quase 100 inscritos, do baby ‘basket’, que envolve miúdos dos quatro aos seis anos de idade, aos seniores, incluindo oito meninas”, revelou.

A escassez de espaços para treinar e os custos de participação da equipa sénior, sobretudo, a rondar os cinco mil euros por época, são dificuldades de monta, mas Raul mantém uma visão positiva das coisas. Aproveita e agradece ao autarca Alexandre Almeida, por lhe permitir conciliar o trabalho no município com as funções de treinador adjunto na equipa sénior masculina do FC Porto, nas duas últimas épocas.