- Setembro 22, 2023
O emigrante dos karaokes em França

Sérgio Couto concilia a profissão com a animação de festas.
Natural de Sobrosa, Paredes, Sérgio Couto tem 43 anos de idade e há oito que vive em França. Ainda esteve dois anos em Nantes, mas depois rumou até Lyon, um importante centro gastronómico francês, que além da beleza arquitetónica é considerada a terceira cidade mais populosa do país.
“O que me fez vir para França foi a crise de trabalho na minha profissão”, revelou, dizendo que escolheu o país gaulês por “intermédio de um familiar”.
Ali reside com a esposa, Cristina, e as duas filhas do casal, Luena e Iury. Contudo, não estão sozinhos, já que têm familiares a viver perto.
Até agora, sempre exerceu uma carreira ligada à construção civil. Ainda assim, há um “extra” que conjuga, um entretenimento que é muito mais do que isso, é uma paixão: o karaoke, assim como bailes e festivais de folclore.
“Começou tudo por uma brincadeira em casa com amigos, em seguida pediram-me para fazer algo do género num café, e a partir daí foi um desenrolar de trabalhos e de festas, onde agora faço todo o tipo de eventos, entre eles associações, festas particulares, festivais folclóricos e eventos públicos”, elencou.7
Quanto à adaptação a França, “foi um pouco difícil”, confessou, lembrando tratar-se de um país cujo idioma é diferente, o que dificulta o processo. Nesse sentido, a pior parte foi mesmo a questão da linguagem, que se tornou um entrave, realçou.
Em relação à parte positiva de toda a mudança, a resposta foi simples: “Em primeiro, porque havia muito trabalho, sendo, por consequência, o salário melhor. Depois, porque iria ter um melhor viver”.
O sobrosense partilhou um facto curioso: “Fui melhor recebido pelos franceses do que propriamente pela nossa comunidade portuguesa”, lamentou.
Naquele país, para Sérgio Couto, a melhor forma de passar o tempo sempre será “estar junto com a família (mulher e filhas)”.
Mas, engane-se quem pensa que as filhas de Sérgio e Cristina não falam português. Apesar de as meninas falarem fluentemente francês, este emigrante faz “questão que não esqueçam a nossa língua”.
Uma coisa é certa, não se arrependeu de ter saído do concelho paredense. Contudo, frisou, sente saudades do nosso país e das pessoas.
Por isso, sempre que cá vem de férias, vivencia “muita ansiedade para chegar à terra natal, para abraçar os familiares chegados”.
Se regresso? “Sim, penso um dia regressar”, sustentou, lembrando que quem quiser emigrar para a França, ao nível de legalização, “é um pouco exigente”.