• Fevereiro 11, 2020

Novena de golos em dérbi paredense

Novena de golos em dérbi paredense

Texto escrito por Cristina Borges.

É sempre um encontro de fortes emoções aquele que coloca “frente a frente” Aliados e Rebordosa. “Equipas vizinhas” e com objetivos ambiciosos fazem deste um dérbi sempre “apetecível” e emocionante. Talvez por isso, as bancadas do Estádio do Azevido, em Rebordosa, registaram uma “receita confortável” no jogo da 22ª jornada da Divisão Elite.

Apesar da grande expectativa, certamente que o público não esperava a novena de golos que se veio a assistir em campo. O primeiro “tento” surgiu logo aos cinco minutos, com o guardião lordelense a fazer falta e o árbitro a assinalar grande penalidade. Na conversão, Sousa inaugurou o marcador.

Os da casa estavam em vantagem, mas “nem tiveram tempo de a saborear”, aos 10 minutos de jogo foram “traídos” por Ivan. O espanhol que se mudou de Rebordosa para Lordelo, nem há um mês, foi o autor do golo do empate dos lordelenses.

Ainda na primeira parte, novo penálti, desta vez, na baliza rebordosense. Rica “varreu” Coelho e Fonseca “foi chamado a bater”. Na marcação dos 11 metros, o camisola 28 não desperdiçou e fez a reviravolta no marcador.

O Aliados manteve-se em vantagem até ao intervalo, mas “como não há duas sem três”, os penáltis voltaram a surgir no segundo tempo. Aos 52 minutos, Tiago Vieira sofreu falta na grande área lordelense e Sousa foi novamente “chamado a marcar” e voltou a colocar a igualdade no marcador.

O jogo seguia a um ritmo intenso e acelerado e pouco tempo bastou para o Aliados fazer “nova reviravolta”. Uma duração curta foi também aquela que aconteceu até o Rebordosa voltar a conseguir a igualdade.

Com a partida empatada a três golos, os homens de Tonanha “carregaram no acelerador” e foram “em busca da vitória”. Migas “abriu caminho” com um remate certeiro que fez o 4 – 3 e Sousa e Pipo estabeleceram a goleada final em 6 – 3.

Com a vitória e perda de pontos dos adversários diretos, o Rebordosa ascendeu ao 3º lugar com 39 pontos, a um do segundo classificado e a três do posto. Já o Aliados “caiu” para a 10ª posição com 31.


No final do encontro, Tonanha destacou o “grande futebol” que se praticou: “Acho que foi um grande jogo de futebol entre três boas equipas e acabou por sorrir para o Rebordosa, na minha opinião, de forma justa. No geral, acho que fomos a equipa que mais fez para vencer o jogo. Sofremos três golos de bola parada que, com um pouco mais de concentração, podíamos ter evitado”.

O técnico rebordosense não se mostrava surpreendido com o “resultado avolumado” nem com a prestação do adversário: “Com os intervenientes que estavam em campo, era possível porque são jogadores com grande qualidade. Não me surpreende o que aqui fizeram, porque é uma excelente equipa com grandes individualidades, mas ao intervalo disse aos meus jogadores que acreditava que, no nosso nível, poderíamos dar a volta. Eles acreditaram em mim, eu acreditei neles e a simbiose foi perfeita”.

Sobre a “jornada positiva”, Tonanha sublinhou: “Queremos chegar aos jogos de confronto direto em situação que nos permita ultrapassar os dois primeiros e é esse caminho que estamos a trilhar. Passámos por um período de maior dificuldade, com muitas lesões, agora estamos melhores e as coisas começam a acontecer. Contudo, não podemos adormecer para não virmos a ser surpreendidos”.

Do outro lado, Pedro Ferreira falava em “derrota difícil de aceitar”: “Foi um grande jogo digno de duas equipas que almejam sempre subir ao Campeonato de Portugal. Uma primeira parte fantástica por parte do Aliados, entrámos quase a perder, conseguimos fazer uma grande reviravolta e penso que se aceita o resultado ao intervalo. Na segunda parte, o Rebordosa tem um penálti que não é fácil de se ajuizar, o árbitro entendeu assinalar falta mas nós voltámos a responder bem. Depois, uma infantilidade nossa permitiu o 3 – 3, que foi a chave do jogo. Acho que já aceitar a derrota é difícil, o volume do resultado é ainda mais pesado. Se o Rebordosa não tivesse chegado ao 3 – 3, tenho muitas dúvidas de que venceria o jogo. Estes números são uma tremenda injustiça para aquilo que foi produzido pelo Aliados”.

Questionado sobre as “marcas” deixadas pelo resultado no plantel, o técnico lordelense mostrou-se tranquilo: “A derrota prejudica, pelos números que foi, mais ainda, mas estamos de consciência tranquila do que fizemos e acima de tudo estou orgulhoso por aquilo que os jogadores praticaram em campo e vamos continuar a fazer o nosso trabalho”.

A derrota acabou por ditar o afastamento da luta pelos lugares de acesso ao play-off: “Ficou muito difícil chegar aos lugares de subida e, por isso, vamos começar já a preparar a equipa para o próximo ano. Temos de ser realistas, são muitos pontos e as equipas da frente são fortíssimas. O objetivo é planear o cenário para a próxima época e ganhar o maior número de jogos possível”, assumiu Pedro Ferreira.