• Março 18, 2021

“Na primeira fase houve muito medo. Cheguei a estar três meses longe da minha família”

“Na primeira fase houve muito medo. Cheguei a estar três meses longe da minha família”

A chegada da pandemia pôs o mundo todo à prova, mas os profissionais de saúde foram os mais sacrificados. Duarte Gil Barbosa, enfermeiro no Hospital de São João, no Porto, diz que o último ano foi “difícil e extramente exigente”.

Apesar de não ter trabalhado diretamente com doentes Covid, o enfermeiro de Recarei diz que foi visível a pressão exercida pela pandemia nos hospitais e conta a experiência que viveu na Unidade de Queimados do São João, onde trabalha há um ano e meio.  “Não foi tão afetada como outras unidades do hospital, mas todos fizemos um esforço enorme para dar o nosso melhor”.

Os últimos meses têm sido de “maior alívio para os hospitais”, mas Duarte não vai conseguir esquecer os três meses que esteve afastado da família durante a primeira vaga.

“Continuo a gostar muito daquilo que faço”

Na unidade de queimados do Hospital de São João trabalham 35 profissionais, entre médicos e enfermeiros. É composta por quartos de pressão positiva, precisamente o contrário do que acontece nos internamentos Covid. “Por isso, em caso de sobrelotação, estas unidades são os últimos serviços a serem transformados em enfermarias Covid”, explica o enfermeiro de Paredes, que trabalha neste serviço há um ano e meio.

Apesar de ser uma unidade autónoma, Duarte garante que muitos colegas chegaram a estar em quarentena preventiva, embora nenhum tenha ficado infetado até ao momento.