• Julho 16, 2021

“Moço da Cola” estreia amanhã na Casa da Cultura de Paredes

“Moço da Cola” estreia amanhã na Casa da Cultura de Paredes
Fotografia: Paulo Pimenta.

A Associação Astro Fingido estreia amanhã, 17 julho, na Casa da Cultura de Paredes, a peça de teatro “Moço da Cola”, com texto e encenação de Fernando Moreira.

O espetáculo tem entrada gratuita e conta com o apoio da DGArtes, Ministério da Cultura e do Município de Paredes.

Os bilhetes devem ser reservados na Casa da Cultura pelo telefone 255780446.

No domingo, 18 julho, haverá duas sessões às 16 e 21 horas. Em setembro o espetáculo passará pelo palco do Auditório da Fundação A Lord, nos dias 4 e 5, ao sábado às 21h30 e ao domingo às 16h e 21h30.

Através da família de um marceneiro, antigo moço da cola, a peça aborda a miséria e a violência escondidas no Portugal dos anos 60 do século XX.

SINOPSE:

Moço da Cola é a segunda parte do díptico que se iniciou com Mulheres Móveis – o Ciclo da Invisibilidade. Largamos as mãos às mulheres carreteiras e entregamos a nossa atenção à figura do aprendiz de marceneiro, o moço da cola. Uns e outros são gente invisível, gente que vem de baixo, gente que só recentemente teve direito a referência e homenagens. Gente simples no trabalho, na humildade e na dor.

A dramaturgia de Moço da Cola parte de entrevistas a marceneiros (antigos moços da cola), mas foca-se na força do seio familiar e nos seus conflitos. Toda a ação está localizada na casa de uma família dos anos 60, num Portugal orgulhosamente só, onde habitam debaixo do mesmo teto pai, mãe, filho, filha, regularmente visitados por uma vizinha. São abordadas temáticas como a fome, apesar do trabalho, a violência exercida sobre os mais fracos, a ignorância e a raiva.

Mas esta peça também fala de sonho, porque “O sonho é tão necessário para a vida como o pão.”, como disse Raúl Brandão. O sonho mais premente de qualquer ser humano: o desejo de uma vida melhor.

À Astro Fingido interessa uma arte comprometida. Queremos discutir a sociedade que temos e a que queremos ter, interrogar o presente, sonhar o futuro. Por isso procuramos que os nossos espetáculos tenham um pendor ético-social. Um teatro de vozes que traduz os testemunhos recolhidos junto das comunidades e que aqui se comunica num expressionismo grotesco, que alia o riso e o choro próprios da condição humana.

Cada vez mais a desenvolver o nosso trabalho no município de Paredes, a Astro Fingido tem encontrado na autarquia uma parceira atenta e responsável no apoio à sua atividade artística continuada para um desenvolvimento integrado das comunidades, através da arte e da educação pela arte.

O apoio sustentado bienal da DGArtes/MC é a garantia de que este trabalho se pode desenvolver com consistência e perspetivando o futuro.