• Outubro 20, 2023

Marco Barbosa: O engenheiro informático que faz campismo selvagem

Marco Barbosa: O engenheiro informático que faz campismo selvagem

Sobrosense está a viver na Alemanha e tem o sonho de viajar pelo mundo com a mota e uma tenda.

O paredense emigrante desta edição, Marco Barbosa, tem 31 anos de idade e há três anos que vive na cidade de Mannheim, no sudoeste da Alemanha, a cerca de 2 mil km da terra que o viu crescer, a vila de Sobrosa.

“Não posso dizer que vivo na cidade mais linda do mundo. Além disso, o centro foi completamente destruído durante a Segunda Guerra Mundial e muitos edifícios históricos foram completamente dizimados. Mas, posso dizer que é linda o suficiente para eu adorar viver aqui”, destacou, evidenciando o facto de também ser bastante multicultural. “Há sempre muita coisa interessante a acontecer”, bem como vários parques e zonas de lazer.

Refira-se que Mannheim tem 300 mil habitantes, a melhor universidade de economia e gestão do país e uma localização muito central e privilegiada na Europa. Ou seja, em algumas horas de carro ou comboio, o sobrosense consegue chegar a países como França, Suíça, Bélgica e Áustria. Explicou-nos ainda que talvez essa seja uma das razões pelas quais a indústria ali é muito forte, com várias grandes empresas alemãs e internacionais a optarem por ter escritórios e fábricas nesta zona.

Como toda a sua família vive em território luso, Marco ali adotou uma nova: os amigos, “que muito prezo e faço questão de manter por perto”. Além disso, há cerca de um ano que vive com a namorada, Alina.

Marco Barbosa com a namorada, Alina.

Mas, por que motivo escolheu morar junto dos germânicos? Enquanto estudante, em 2012, fez Erasmus na Polónia, onde esteve um ano e despertou para o interesse em conhecer novos lugares e culturas. Começou a viajar, sem nunca tirar da cabeça a ideia de ir morar para outro país, “só não sabia qual”.

Desde pequeno que o irmão mais velho, José Luís, lhe falava da história alemã. As conversas sobre o país na família também eram frequentes, “porque o meu avô trabalhou aqui durante vários anos na década de 70 (curiosamente na mesma área onde vivo)”.

Resumindo, a curiosidade sobre a cultura alemã e o facto de ser um dos melhores países do mundo na área da engenharia foram as motivações principais. Ajudou o facto de, em 2019, ter ali passado três meses, numa altura em que estava a escrever a tese de mestrado, facto que viria, depois, a ser decisivo na entrada da empresa que pretendia. Acabou por adorar a experiência e decidiu ficar.

Refira-se que este engenheiro informático trabalha na maior empresa de desenvolvimento de software da Europa, “uma multinacional alemã que desenvolve software para todo o tipo de áreas empresariais, para todo o mundo”“Trabalho como engenheiro DevOps e a minha função é como a do maestro numa orquestra, já que orquestro a colaboração entre programadores e equipas de operação, garantindo que o software seja construído de forma eficiente e segura”, esclareceu. “É como garantir que todos os músicos toquem em harmonia para criar uma bela sinfonia (de software)”, acrescentou ainda, manifestando a sua satisfação: “É raro o dia que acordo sem vontade para trabalhar”.

A reportagem completa na edição de 19 de outubro de 2023