• Setembro 5, 2019

Mais de quatro mil alunos participaram em ações para combater o insucesso escolar

Mais de quatro mil alunos participaram em ações para combater o insucesso escolar

Mais de quatro mil alunos do concelho de Paredes participaram em ações de enriquecimento curricular complementares dinamizadas no âmbito do projeto “Paredes Educa – Contruir mais sucesso” lançado há um ano pelo município de Paredes para intervir ao nível da promoção do sucesso escolar e da prevenção do abandono precoce.

Dos 1400 alunos do 1.º ciclo que participaram, 200 foram considerados de risco e sinalizados para acompanhamento. Já nos 2.º e 3.º ciclos foram identificados 114 alunos para acompanhamento curricular entre 2609 participantes.

Os dados constam do relatório do município de Paredes relativo ao primeiro ano do projeto e serão apresentados esta sexta-feira, dia 6 setembro, na escola básica de Baltar, na sessão de abertura do Ano Letivo 2019/2020.

O objetivo do projeto é baixar a taxa de retenção e desistência no concelho de Paredes, que no 2.º e 7.º anos é superior à média da Área Metropolitana do Porto. Apesar de ainda não existirem resultados concretos no primeiro ano do projeto a este nível, o vereador da educação da câmara de Paredes acredita que será possível atingir essa meta no próximo ano.

Outro dos desafios será potenciar um maior envolvimento das famílias, tendo em conta que a taxa de participação no primeiro ano ficou-se pelos 6,6%.

Em jeito de balanço, o vereador da educação reconhece que existem aspetos “positivos e menos positivos” neste primeiro ano do projeto, nomeadamente a participação dos pais. “Fizemos um conjunto de iniciativas, palestras, seminários conferências destinadas aos pais e, aí, apesar de ter corrido um bocado melhor do que o que estávamos à espera, nota-se uma fraca participação. Vamos ter de trabalhar neste segundo ano para envolver mais os pais nestes momentos”, sublinha o vereador.

Ainda assim, o feedback que receberam dos que participaram foi “extremamente positivo”, garante Paulo Silva, assumindo que “estes pais poderão ser os porta vozes no futuro para que a adesão seja maior”.

Ao nível da participação dos alunos os números são mais positivos, sublinha o vereador, Nas atividades, estiveram envolvidos cerca de quatro mil alunos de todas as escolas do concelho, tendo sido identificados os que estavam em risco e outros que poderão vir a estar e que também serão acompanhados.

No próximo ano letivo o objetivo passa por iniciar outras terapias, como a terapia da fala e ocupacional e psicologia clínica para complementar a atividade dos mediadores.

No âmbito do projeto, foi ainda feito um rastreio visual a cerca de três mil crianças do 1.º ciclo e mil do pré-escolar, em que cerca de 700 alunos revelaram alguns problemas e foram referenciados junto dos médicos de família para receberem apoio especializado.

Paulo Silva destaca ainda dois momentos importantes deste primeiro ano do projeto “Paredes Educa – construir Mais Sucesso”, primeiro o evento coletivo anual, que decorreu em maio, onde participaram todas as escolas do concelho e onde foram dinamizadas um conjunto de iniciativas ligadas ao meio ambiente e à ciência, e segundo, a iniciativa “A Hora do Conto” em que os pais foram às escolas contar histórias. A partir dos desenhos que eles próprios elaboraram será criada uma manta que depois será exposta junto dos alunos para que também contem uma história com base nesses desenhos.

Através de um outro conjunto de iniciativas paralelas ao projeto ligadas ao meio ambiente foi possível sensibilizar os jovens para outras sensibilidades. “A adesão das escolas e dos professores tem sido excelente e isso foi fundamental para o sucesso destas ações”, frisou.

Apesar do número significativo de alunos envolvidos no projeto, Paulo Silva assume que ainda é cedo para traçar resultados, embora os pais e a própria comunidade educativa reconheçam que “todas as ajudas acabam por ser preciosas para contribuir para esta melhoria de resultados, sobretudo no campo do insucesso escolar”.

A meta no próximo ano é reduzir em 25% das taxas de retenção e desistência do 2.º ano e 7.º ano, tendo como referência o ano letivo 2014/2015 em que as taxas eram de 10,5% e 20,2%, respetivamente.