• Outubro 9, 2023

Mafalda Cunha – a enfermeira dos britânicos

Mafalda Cunha – a enfermeira dos britânicos

Rebordosense vive no Reino Unido faz este mês 8 anos.

Na rubrica desta edição rumamos ao sul de Inglaterra, mais propriamente até Southampton, que (a título de curiosidade) é a cidade portuária de onde partiu na sua viagem inaugural o navio Titanic, em 1912.

Há oito anos que Mafalda Cunha, enfermeira natural de Rebordosa, de 31 anos de idade, vive naquele país e fê-lo por falta de soluções de emprego em Portugal, após o convite de uma amiga dos tempos de faculdade.

Como a resposta de uma oferta de trabalho que estava a aguardar se revelou negativa, Mafalda não pensou duas vezes e começou a “tratar das coisas” para emigrar.

“O processo não é fácil”, referiu a paredense, explicando que “existe todo um investimento monetário em traduções e papéis que são obrigatórios”. Além disso, é necessário “pedir permissão à Ordem Inglesa, NMC [Nursing and Midwifery Council], para poder exercer aqui, uma entrevista que tem de ser feita em inglês, entre outras coisas”.

Mas, como Mafalda e a amiga fizeram-no através de uma agência, algumas das coisas foram mais facilitadas, já que lhes foram enviados todos os documentos e foi explicado como obter o necessário.

Era o ano 2015 e decorria o mês de outubro, quando a enfermeira Mafalda Cunha “aterrou” no Reino Unido. Inicialmente, começou “num serviço de cirurgia (urologia e hepatobiliar)”, mas ao final de 2 anos e meio mudou de área, “para os intensivos gerais”, onde ainda permanece. “Ao contrário de Portugal, a progressão de carreira é facilitada, desde que as pessoas tenham os cursos e as competências necessárias para o emprego”, esclareceu. “Assim como, as transferências de serviços”, disse ainda.

Apesar de não ter familiares a viver perto, a paredense, que partilha casa com a amiga que a desafiou a partir nesta aventura, já conhecia pessoas que lá estavam a viver, algo que a ajudou “imenso na adaptação”.

Ainda assim, foi “um verdadeiro desafio”, pois teve de se adaptar “a pensar ao contrário”. Isto porque, “eles conduzem ao contrário”, frisou, destacando a questão da língua. “Como eu não sabia muito bem todos os termos e falar fluentemente, terminava os dias com imensas dores de cabeça, por tentar absorver o máximo de informação”, recordou.