• Outubro 19, 2024

“Ligue Antes Salve Vidas” deve reduzir a afluência à urgência hospitalar em 12%

“Ligue Antes Salve Vidas” deve reduzir a afluência à urgência hospitalar em 12%

O número de consultas abertas nos Centros de Saúde do Tâmega e Sousa poderá aumentar até 20%, para responder ao novo modelo, mais restritivo, de acesso à urgência do hospital de Penafiel

Atualmente, na região, são realizadas 1.300 consultas de consulta aberta por mês, em média, mas o reforço de profissionais de saúde vai garantir que esse número possa crescer, sinalizou Rui Aguiar, diretor dos cuidados de saúde primários na Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa.

A partir de terça-feira, os utentes do território deverão ligar para a Linha SNS24 (808 24 24 24) antes de irem à urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Nesse serviço por telefone, a situação clínica será triada por um profissional de enfermagem e o utente será encaminhado para os centros de saúde ou para a urgência do hospital.

O projeto, genericamente denominado “Ligue Antes, Salve Vidas”, já está em execução noutras ULS do país.

Na região do Tâmega e Sousa, estima-se que cerca de 24% das pessoas que acorrem às urgências hospitalares de Penafiel, Amarante e Cinfães sejam utentes triados com pulseiras azul ou verde, ou seja, consideradas “urgências inapropriadas” que deveriam ser atendidas nos cuidados de saúde primários (centros de saúde).

Com o novo modelo e, por comparação com aquilo que já acontece noutros pontos do país foi implementado, é expectável que  o numero de atendimentos no hospital Padre Américo, em Penafiel, possa reduzir entre 11 a 13%. Ou seja, entre 11 a 13% das pessoas que recorrem às urgências serão encaminhadas para os centros de saúde existentes nos 11 concelhos da região do Tâmega e Sousa.

Consequentemente, com o expectável aumento da afluência aos cuidados de saúde primários, encaminhados pelo serviço SNS 24, foi hoje revelado em conferência de imprensa que será criada uma agenda específica para casos de doença aguda, com um ‘plafond’ de vagas, em cada um dos médicos de família, para atenderem essas situações.

“Este projeto foi devidamente planeado. Foram feitos reforços, foram criadas estruturas, nomeadamente meios humanos. Tivemos de criar agendas para isso”, assinalou Henrique Capelas, presidente da ULS do Tâmega e Sousa.

A região conta com cerca de 482 mil pessoas inscritas nos centros de saúde, 30% das quais idosas, e 280 médicos de família.

Recentemente, foram abertas no território quatro unidades de saúde familiar (USF) e mais três encontram-se em projeto. Além disso, passará a haver consulta aberta ao fim de semana, nos quatros concelhos que não contavam com essa valência: Felgueiras, Lousada, Penafiel e Cinfães.

“Queremos prestar mais e melhores cuidados de saúde no sítio adequado. Racionalizámos os meios que já temos ao nosso dispor, que funcionam. Organizámos este serviço para que possa ser feito em tempo útil, proporcionando uma resposta mais eficaz e ajustada no atendimento a situações agudas”, acentuou Rui Aguiar, diretor dos cuidados de saúde primários na Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa.

Com o novo modelo, reforçou, o diretor dos cuidados hospitalares, Nelson Pereira, “não há risco de não haver resposta ao nível dos cuidados de saúde primários”.

“Todas as agendas, em todas as unidades foram abertas e estão disponibilizadas para o SNS24. No fim de um contacto com o SNS24, ninguém ficará pendurado! Todos terão uma consulta marcada, com hora marcada, ninguém vai ter de ir para as vagas”, garantiu.

A diretora das urgências, Carla Freitas, também defendeu o novo modelo, considerando que se trata de “um projeto que todos têm de fazer para, mantendo a qualidade do acesso à população, seja possível dar uma resposta em tempo útil”.