• Maio 20, 2024

Juntas são sempre mais fortes

Juntas são sempre mais fortes

Voleibol do União de Paredes

Juntas são sempre mais fortes

O coordenador, técnico e faz-tudo da seção de voleibol feminino do União de Paredes está “satisfeito” com a evolução das atletas, hoje seis vezes em maior número do que no início, há três anos, mas quer mais captação.

Paulo César é um antigo praticante e um apaixonado pelo voleibol que decidiu abraçar um projeto de formação no feminino, iniciado com “menos de 10 atletas”, mas hoje, três anos depois, são já entre 50 a 60. Em nenhum momento se ouviu uma queixa ou reclamação, tirando a “vontade de competir” que quer ouvir da boca das meninas, até aos 16 anos, mas ficou evidente a impraticabilidade de treinar simultaneamente duas equipas no Centro Escolar de Paredes, que lhes foi destinado. Para além das minis, para atletas nascidas até 2010, que apenas disputam torneios, o União de Paredes compete em infantis (nascidas em 2010), iniciadas (2011) e cadetes (2012). “Foi-nos prometido um espaço na nave anexa do Multiusos de Paredes, para trabalharmos duas equipas ao mesmo tempo, mas houve um atraso e ainda não foi possível”, disse Paulo César, ao O PAREDENSE, no final de uma extensa jornada de treino, que não pôde interromper para poder acompanhar as atletas.

Falta gente para ajudar

A escassez de recursos humanos, até na área da educação física, foi o único aspeto que lhe mereceu diretamente reparos. “A 100 por cento nos treinos somos duas pessoas. O problema não são as horas de treino, que muito agradecemos, assim como todo o apoio que recebemos, mas a falta de gente para ajudar”, sublinhou, considerando que “o ideal seria ter uma estrutura capaz de dar continuidade ao projeto, independentemente de quem estiver”.

O evidente prazer das atletas no treino esbarra um pouco com o que é tradicional noutras modalidades em que há verdadeiramente captação. “Nenhum de nós está inserido diretamente nas escolas, para nos permitir o básico, que era procurar potenciais atletas em idade do Centro Escolar e EB 2,3, no sentido de conseguirmos captar mais facilmente 10 a 15 atletas, femininos e masculinos, todos os anos”, referiu.

Objetivo: competir

Na base de tudo está o princípio da competição, que tem subjacente valores maiores, como a socialização, o cumprimento de regras (do clube e do jogo), a honestidade na busca da vitória ou o respeito e companheirismo dentro do grupo. “Com todo o respeito, não tenho o espírito de ATL, isto é para competir, dando-lhes competências para elas poderem lutar para ganhar. Ninguém evolui só a perder. E o ganhar aqui entronca também em valores que lhes serão úteis no futuro”, precisou, “satisfeito” por “vê-las jogar, vencer jogos, criar vínculos afetivos e estreitar relações de amizade através da modalidade”.

Um nono lugar das Minis B num torneio regional envolvendo equipas de todo o distrito ou a presença de uma atleta, Joana Pacheco, no centro de formação/observação distrital da Federação, são alguns dos sinais de reconhecimento do trabalho já realizado pela seção do União de Paredes, cujo grupo de meninas os associados poderão conhecer num qualquer desfile oficial de modalidades do clube.

 

Voleibol feminino é um fenómeno nacional

Na maior parte dos escalões de formação, a relação de equipas é, mais ou menos, a de uma masculina para cinco femininas (no distrito do porto, em 2023, encontravam-se federados 1471 atletas masculinos e 4734 atletas femininos). Paulo César diz que “o fenómeno é nacional” e tem muito que ver com a “inexistência de contacto”. Ainda assim, lembrou as especificidades técnicas da modalidade. “A especificidade da modalidade, muito técnica, é complexa para o seu ensino-aprendizagem, tendo em conta a proibição de agarrar a bola, que tem de ser mantida no ar, além de que a cada equipa apenas são permitidos três toques em cada jogada”, explicitou, acrescentando que, “tudo isso envolve movimentos muito específicos e de difícil execução de toque de dedos, de antebraço e posicionamento e movimentação dos pés”.