- Março 11, 2025
Governo cai com votação maioritária contra

Era o desfecho esperado: o Executivo cessou funções um ano e um dia após as eleições.
Na votação decisiva, PS, Chega, PCP, BE, Livre e PAN uniram-se contra o Governo, enquanto apenas PSD, CDS e IL votaram a favor.
Perante o resultado, o primeiro-ministro dirigiu-se ao Palácio de Belém para reunir-se com o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa, conforme já havia anunciado, receberá amanhã os partidos e, no dia seguinte, os conselheiros de Estado. A publicação do decreto de dissolução deverá ocorrer após a reunião do Conselho de Estado.
Reações à Queda do Governo
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, garantiu que o partido não foi inflexível, atribuindo essa postura ao PS. “Quem se mostrou irredutível foi o PS”, afirmou, acrescentando que “confia na maturidade democrática dos portugueses”. Para Soares, “entre o país e o partido, Pedro Nuno Santos escolheu o partido”.
Já Luís Montenegro assegurou que o Governo fez todos os esforços possíveis para evitar esta situação. “Tentámos de tudo, mas o PS manteve-se intransigente na sua proposta de prolongar a comissão parlamentar de inquérito”, declarou o líder do Executivo cessante.
“Indecoroso e Inaceitável”O líder do PS, Pedro Nuno Santos, classificou como “indecoroso e inaceitável” o comportamento do Governo da AD, acusando-o de usar a moção de confiança como uma tentativa de “chantagem” para influenciar a comissão de inquérito ao primeiro-ministro. Durante o debate, o socialista condenou as “manobras e truques” utilizados pelos partidos que sustentam o executivo.Pedro Nuno Santos destacou que o PS sempre demonstrou abertura ao diálogo, lembrando que o atual Governo só conseguiu aprovar o Orçamento do Estado graças ao apoio socialista. No entanto, criticou o que considerou ser uma tentativa desesperada do Governo de condicionar as regras da comissão parlamentar de inquérito, propondo prazos que, segundo ele, visavam limitar o apuramento da verdade.O líder do PS também apontou como “grave” e “vergonhosa” a atuação do PSD e do Governo, afirmando que faltam condições e dimensão para liderar o país. Para Pedro Nuno Santos, a confiança no primeiro-ministro foi quebrada, e nenhuma estratégia poderá evitar que Montenegro preste os devidos esclarecimentos.A posição do PS reflete a sua determinação em garantir transparência e responsabilização, reforçando que “os portugueses merecem respostas claras e um Governo à altura dos desafios do país”.