Gangue das máquinas de tabaco condenado por onda de assaltos que atingiu Paredes

O Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou esta terça-feira sete arguidos por uma série de assaltos a estabelecimentos comerciais em vários concelhos do Grande Porto e Aveiro, incluindo Paredes. Três dos elementos do grupo receberam penas de prisão efetiva que variam entre os nove anos e meio e os dez anos e meio.

A vaga de crimes decorreu entre junho e novembro de 2022, tendo como alvo preferencial cafés, restaurantes e postos de combustível. O principal objetivo era o roubo de máquinas de tabaco, que depois eram revendidas no mercado paralelo. Estima-se que o grupo tenha lucrado cerca de 77 mil euros com os furtos, realizados com recurso a veículos furtados com matrículas falsas.

Paredes foi uma das localidades afetadas por este esquema criminoso, juntamente com Porto, Maia, Gondomar, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Paços de Ferreira, Felgueiras, Lousada, Amarante e Ovar.

Segundo o tribunal, os assaltos eram executados durante a madrugada com grande organização. Os suspeitos arrombavam portas com pés de cabra ou embatiam com os carros contra as entradas dos estabelecimentos para aceder ao interior e furtar bens de valor.

Fábio, de 33 anos, foi condenado a dez anos e meio de prisão, enquanto Carlos, de 31, e Tiago, de 34, receberam penas de nove anos e meio. Os três encontravam-se já em prisão domiciliária. Miguel, de 45 anos, e a irmã Flávia, de 26, foram condenados a dois anos e meio de prisão, pena suspensa, por tráfico de droga.

O esquema incluía ainda a venda ilícita de tabaco. Parte dos maços era comercializada num café em Gondomar, gerido pela mãe de um dos arguidos. A companheira e a sogra do mesmo colaboravam também na distribuição, vendendo a terceiros a preços abaixo do mercado. As três mulheres foram condenadas a 200 dias de multa por recetação.

O coletivo de juízes destacou a “elevada organização e método” dos arguidos, sublinhando o caráter premeditado dos 25 crimes de furto dados como provados.