• Outubro 20, 2023

Eurico Couto: “A saída por muito que me custe tinha de ser feita”.

Eurico Couto: “A saída por muito que me custe tinha de ser feita”.

O ex-técnico abordou término do vínculo.

O ex-treinador dos unionistas, o paredense, de 38 anos, Eurico Couto, falou ao O Paredense dos motivos que ditaram a rescisão por mútuo acordo com o clube.

“Tal como foi publicado no comunicado do clube, a minha saída deve-se ao facto de não existirem as condições previstas, prometidas, planeadas e necessárias para aquilo que é a ambição da equipa técnica, e por consequência intenção do clube”, esclareceu, falando depois da questão dos resultados. “De forma indireta, são sempre um factor de balanço e análise”, afirmou.

Contudo, revelou, “é de salientar que o presidente nunca em momento algum colocou em causa a nossa competência, nem obtenção de objetivos delineados, muito menos o projeto e sonhos que planeamos juntos, pois tinha interferência direta no que não conseguimos ter, sabia o nosso contexto diário e com isso nunca nos exigiu resultados”. E continuou: “Só a minha persistência para sair o derrubou na sua intenção”.

Na opinião do paredense, “quando se dá uma dimensão superior como a que nós construímos, valores e fatores externos superiores surgem e a saída por muito que me custe tinha de ser feita”.

Questionado se sai de consciência tranquila, respondeu: “Tranquila? Muito tranquila e serena, diria”“Fiz sempre o melhor no contexto que tinha, enquanto não tinha condições para fazer melhor ainda! Foi sempre dessa forma. Como referem vários atletas, dei sempre mais estabilidade ao clube do que o clube a mim, por muito que custe é a realidade”, justificou. “Não falo de títulos, isso é vulgar e por vezes parece fácil, embora não o seja, porque são únicos os que conquistamos. Mas, falo sobre o que era o clube e aquilo que é hoje, só isso vale muito mais que tudo o resto”, acrescentou.

Entre 2015 e 2023, foram 301 jogos, 131 vitórias e 90 empates, números que fazem com que Eurico Couto tenha talvez uma das ligações mais duradouras na história mais recente do futebol entre um clube e um treinador.

“Fui muito feliz no clube da minha terra, conquistei o sonho de menino, adquiri muito conhecimento e partilhei imenso também, conheci boas pessoas e excelentes atletastive porque conquistei essas oportunidades únicas”, argumentou, elencando-as: “Jogar no Jamor e vencer, jogar com o Benfica, chegar aos oitavos de final da taça, derrotando equipas muito superiores, fomos passo por passo: regional, distrito e depois nacional, dando a conhecer e a afirmar o clube”.

Ainda assim, disse, “o mais importante é o sentimento de felicidade sobre liderar o meu clube e não o resultado, pois a felicidade é um sentimento”.

Sobre se será difícil cortar o cordão umbilical que o une ao Paredes, foi assertivo: “Não tenho de cortar nada, é e será sempre o meu clube, hoje do lado de fora”.

Em relação à mensagem que quer deixar ao seu sucessor, bem como aos sócios e adeptos, Eurico Couto disse: “Desejar a quem continua, como a quem chega, felicidades e que deem o seu melhor, e os adeptos que continuem a apoiar o clube”.

O paredense quis ainda agradecer, “de forma especial”, ao “Teixeira e ao presidente”, a todos os outros que “de uma forma ou de outra foram, dentro das suas possibilidades, colaborando com o nosso crescimento e enviar um abraço sentido e honroso por todo carinho, reconhecimento e admiração que recebi”“Foi surpreendente e mágico. Obrigado, muito grato. União, sempre”, rematou.