- Maio 16, 2019
Antigo dono da Wood One detido por fraude com fundos comunitários
A Polícia Judiciária do Porto, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP de Paredes deteve ontem, 15 maio, o proprietário da empresa Wood One, (com sede em Lordelo, Paredes) a mulher e o filho e outras quatro pessoas, suspeitas de montar um esquema fraudulento para obtenção e uso indevido de fundos comunitários.
O empresário Manuel Martins em conjunto com a mulher, o filho, o contabilista e outras três pessoas, “orquestrou um plano que consistia em simular a aquisição de equipamentos ou máquinas industriais como novas, quando na verdade se tratava de equipamento usado, sendo o seu valor real bastante inferior ao declarado nas faturas”.
A investigação concluiu que os 3,1 milhões de euros que Manuel Martins recebeu na sequência do projeto de financiamento apresentado no âmbito do “Programa Portugal 2020” foram desviados para a “sua esfera patrimonial, usando-os em proveito pessoal”.
“Apurou-se ainda que o principal arguido, por si e/ou por interpostas pessoas, foi gerindo as suas empresas de forma ruinosa, culminando tais procedimentos com a insolvência da principal sociedade, que deixou um passivo de cerca de dez milhões de euros, sendo o Estado Português o mais prejudicado”, refere ainda a PJ em comunicado.
Depois da insolvência, as instalações da Wood One acabaram por ser adquiridas em hasta pública por uma empresa de Lousada.
A operação “Prazo Final” envolveu a participação de 70 investigadores da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária e inspetores tributários da Direção de Finanças do Porto da Autoridade Tributária. Foram realizadas 22 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Paredes, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde, Santa Maria da Feira e Matosinhos.
Foram detidas sete pessoas, cinco do sexo masculino e dois do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 25 e os 50 anos, fortemente indiciados pelos referidos crimes de branqueamento, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio e insolvência dolosa.
Nesta operação policial foram também apreendidas várias viaturas automóveis, equipamentos informáticos e telemóveis e documentação contabilística e fiscal.
Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial esta quinta-feira para conhecerem as medidas de coação.