- Abril 4, 2024
Emigrante vive Páscoa com marido e filho mais novo
Ângela Moreira, natural de Paredes, a residir em Inglaterra há quase 20 anos, celebrou a Páscoa na companhia do marido e o filho mais novo que já nasceu naquele país.
Com a maioria da família a residir no concelho paredense, Ângela Moreira partilhou que tenta superar a ausência, fazendo desta quadra um momento especial. “Estou num país onde a maioria dos habitantes são protestantes e há cerca de seis milhões de católicos”, elencou. “A Páscoa em Inglaterra é celebrada de forma diferente, há a missa Pascal para quem quiser frequentar a igreja, mas não há a tradição da visita da cruz (ou o compasso)”, explicou, salientando que opta por viver esta quadra festiva em casa ou junto de amigos.
Falando ainda deste período que para os cristãos tem um significado acrescido, Ângela Moreira salientou que “há um misto de tradições”, sendo que o “Easter eggs hunt” (caça aos ovos da Páscoa), é um dos momentos mais vividos e celebrados pelos ingleses. “A manhã começa com a tal caça ao ovo da Páscoa e depois fazemos o tradicional almoço de Páscoa, onde, por vezes, celebramos os três ou com amigos também emigrados aqui no país”, sustentou. “Como aqui não há amêndoas da Páscoa, a tradição é a oferta do ovo de chocolate”, acrescentou, frisando que, quando se viaja para outro país e a família fica para trás, há sempre um “vazio que se torna difícil de preencher”.
Referindo-se, ainda, àquilo que são as tradições desta festividade religiosa, mais especificamente à doçaria, Ângela Moreira, confessou que neste país não têm a dimensão nem a visibilidade que têm em Portugal, em que os doces estão associados à celebração e em cada agregado familiar existe o pão de ló, o folar, bem como outras iguarias.
“Com o passar dos anos e idas a Portugal, fui trazendo os utensílios que não conseguia encontrar aqui, bem como a forma para fazer o pão de ló e o pudim e fui pondo as mãos na massa, como se costuma dizer”, frisou.
“O pudim francês e a mousse de chocolate não faltam na mesa. O folar da Páscoa não é muito do nosso agrado, pois já não o comíamos em Portugal”, adiantou, sublinhando que, apesar das diferenças entre um e outro país, as famílias optam por se juntar nesta altura do ano para concelebrar esta época.
Ângela Moreira evidenciou, ainda, que as novas tecnologias vieram encurtar distâncias, tornando o contacto com as famílias e com os entes queridos mais fácil, minimizando as distâncias e permitindo, de alguma forma, colocar a conversa em dia e matar saudades.
“Em 2004, quando cheguei a Inglaterra tinha que me deslocar a uma livraria pública para fazer uma chamada por Skype para a família”, lembrou. “Não era nada fácil falar com a família nesses dias, pois a livraria pública encontrava-se fechada. Agora, isso já não acontece. Apesar de longe, conseguimos conviver um bocadinho uns com os outros, não só em épocas especiais, mas mantendo contacto diariamente”, acrescentou, recordando que faz 20 anos a 27 de junho de 2024 que se encontra em Inglaterra.
Refira-se que a falta de trabalho e a procura de uma vida melhor levaram Ângela Moreira a procurar outro país para residir e ganhar a vida.