• Junho 30, 2020

Contas de 2019 aprovadas por maioria na Assembleia Municipal

Contas de 2019 aprovadas por maioria na Assembleia Municipal

Os documentos de prestação de contas da Câmara Municipal de Paredes foram aprovados, na Assembleia Municipal realizada no passado sábado, 27 de junho.

O presidente da câmara defende que as contas de 2019 demonstram “rigor, transparência e eficácia”, o que permitiu uma poupança a vários níveis.

Desde logo na redução do passivo. “Em dois anos o passivo da autarquia reduziu mais 15 milhões de euros. Parece coisa pouca, mas são 625 mil euros por mês”, frisou Alexandre Almeida, sustentando que a redução do passivo foi conseguida num contexto de perda de receitas anual de 2 milhões de euros com a redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

A redução do passivo também foi feita a par do aumento do património da câmara. “Em 2019, e pela primeira vez, não foi usado o empréstimo de curto prazo. O que se traduz numa redução de 20% dos juros bancários pagos de 2018 para 2019. As dívidas a fornecedores reduziram 5,1 milhões de euros face a 2017 e os pagamentos em atraso diminuíram 2,8 milhões de euros em relação a 2017. Estas contas mostram uma gestão financeira equilibrada e poupança a vários níveis, sem nunca deixar de executar um Quadro Comunitário de Apoio que estava por utilizar”, frisou Alexandre Almeida.

 

Estas contas mostram uma gestão financeira equilibrada e poupança a vários níveis

– Alexandre Almeida, presidente da câmara

O autarca referiu ainda que sem o saneamento das contas, não teria sido possível investir 400 mil euros em computadores e internet para distribuir pelos alunos mais carenciados durante a fase da pandemia da Covid-19.

“Tem sido feita uma gestão equilibrada. Este caminho permitiu colocar dinheiro nas mãos dos presidentes de junta de freguesia para fazerem obra nas suas freguesias”, acrescentou o autarca.

Da bancada do PS, Rui Silva, destacou que a prestação de contas de 2019 encerra um ano de “gestão transparente, assertiva, eficiente, rigorosa no gasto dos dinheiros públicos”, marcada pela “redução da dívida municipal e a preocupação constante da melhoria das condições de vida dos paredenses”.

“A organização interna e o equilíbrio das contas estiveram sempre presentes e só assim foi possível inverter um ciclo que iria causar graves problemas a curto prazo. Voltaram a ser efetuadas novas rubricas por meios próprios e sempre com a preocupação constante de poupar nas despesas correntes para ser possível alavancar o investimento no futuro” frisou o líder da bancada socialista, destacando o esforço feito para a redução de 15 milhões de euros no passivo, sem deixar de fazer obra, cumprir com os compromissos do passado e aumentar o património do município.

 

“É um orçamento ilusório e enganador, como provam as contas que podemos verificar

– Alberto Soares Carneiro, PSD

Para a oposição os documentos de prestação de contas de 2019 mostram uma realidade bem diferente. “Quem os ouvisse falar parece que estavam a falar de Paredes das maravilhas”, começou por dizer o deputado social democrata, Alberto Soares Carneiro, o único partido a intervir neste ponto da ordem de trabalhos.

“Um malabarista que fez aprovar um orçamento para 2019 no valor de 65 milhões de euros, um orçamento irrealista porque a execução do exercício foi de 46,5 milhões de euros onde ainda estão incluídos cinco milhões que era saldo de 2018”, disse o líder social-democrata.

“Pior que isto era um orçamento que estimava 18,7 milhões de euros de receita de capital e na verdade essas receitas foram só de 2,7 milhões de euros. Diria que é um orçamento ilusório e enganador, como provam as contas que podemos verificar” destacou.

Sobre o IMI e a perda de dois milhões de euros de receita anual, Soares Carneiro voltou a desmentir o discurso do executivo, lembrando que em 2017 o município cobrou 7,62 milhões de euros em receita de IMI e em 2019, com a descida da taxa, cobrou 7,58 milhões de euros.

“A descida do IMI acarretou de 2017 para 2019 uma baixa de receita de 40 mil euros. Onde é que estão os dois milhões de euros a mais? Isto é a maior falsidade que se tem vendido aos paredenses. É uma falsidade manifesta porque são 40 mil euros”, sublinhou.

Quanto à dívida, o líder da bancada do PSD admitiu que baixou para 41 milhões de euros em dois anos, mas lembrou que a câmara recebeu a mais em impostos e transferências 7,1 milhões de euros em relação a 2017 enquanto o ativo baixou 20 milhões de euros.

Alexandre Almeida ainda voltou a intervir para discordar dos dados apontados pelo social-democrata. As contas de 2019 foram aprovadas com 27 votos a favor, sete contra e seis abstenções.