• Fevereiro 8, 2024

Cláudia Mendes trabalha na BBC Sport

Cláudia Mendes trabalha na BBC Sport

Foi para estudar mas acabou por permanecer em Inglaterra.

Concluiu a licenciatura, no Porto, e como “não tinha grandes opções de continuação dos estudos” na sua área profissional, a paredense Cláudia Mendes tomou uma decisão: ir para Inglaterra fazer o mestrado e por lá continuou a viver, mais propriamente, em Salford, Greater Manchester.

Mas, antes, falemos das suas origens. Cláudia nasceu há 27 anos em Castelões de Cepeda, cresceu em Mouriz, sendo que, atualmente, os pais residem em Besteiros.

Há três anos emigrada, ou seja, desde setembro de 2020, quando chegou àquele país “a meio da pandemia”, com as imensas restrições inerentes, encontrou trabalho em part-time como “covid steward”, que conciliou com os estudos.

“Quando estava a terminar o mestrado, consegui trabalho já na minha área e na empresa onde estou. Hoje, sou coordenadora de produção de media na BBC Sport, no departamento digital”, revelou.

Sem familiares a viver por perto, divide casa com amigos que por lá conheceu, “todos internacionais”.

“Consegui chegar sem grandes problemas, pois, quem vem agora enfrenta as dificuldades que foram impostas pelo Brexit”, salientou, frisando que, como já tinha fluência no inglês, foi melhor do que aventurar-se na aprendizagem de uma nova língua.

Pode-se, desta forma, concluir que o inglês não foi um entrave, mas no caso do sotaque a história muda de figura. “Tal como Portugal, Inglaterra tem imensos sotaques, e quanto mais ‘para cima’ vamos mais cerrado é o sotaque”, revelou. “Ainda acontece que tenho de pedir para repetirem uma, duas ou três vezes, principalmente se estiver mais cansada e o cérebro já não processa mais inglês”, acrescentou, de forma descontraída.

Ainda assim, questionada em relação a alguma história engraçada que lhe possa ter acontecido, disse: “Não há nada que se destaque, o que acontece mais é haver desentendimento devido ao idioma”.

Quanto à adaptação ao país, “ainda está a acontecer”, confessou. “Mas, o que senti bastante no primeiro ano que aqui estive foi o número de horas de luz”, destacou, justificando: “Cheguei em setembro, com o inverno à porta, e o primeiro dia em que às 16h30 já estava a escurecer foi um bocadinho intenso”.

Por isso, foi com naturalidade que, com o passar do tempo, começou “a perceber o porquê de eles jantarem às 18h30”, até que deu por si a fazer o mesmo.

Sobre a parte mais positiva de ir viver para Inglaterra, realçou as novas oportunidades que surgiram. “Conheci pessoas de partes diferentes do mundo, experimentei novas cozinhas e, obviamente, uma das mais importantes, consigo ter uma maior facilidade de progressão de carreira”, elencou. Além disso, “apesar de todo o mundo estar a sofrer com a inflação, aqui ainda consigo fazer tudo o que quero, o que inclui viajar uma ou duas vezes no ano para países diferentes”.

 

A reportagem completa na edição de 8 de fevereiro de 2024