• Maio 31, 2021

Câmara de Paredes mantém “contas equilibradas” e reduz passivo. PSD vota contra.

Câmara de Paredes mantém “contas equilibradas” e reduz passivo. PSD vota contra.

Foi aprovado esta segunda-feira, em reunião do executivo, o Relatório de Gestão e Contas do Município, relativo ao ano de 2020. O presidente da câmara destacou a redução do passivo, que baixou 5 milhões de euros em relação a 2019 e 20 milhões de euros comparativamente a 2017, ano em que assumiu a liderança do município. Apontou também a redução das dívidas a fornecedores e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), números que mostram a “boa gestão das contas”.

Os vereadores do PSD votaram contra e apontaram o acréscimo das despesas e da carga fiscal expressos nos documentos e a contradição entre os dados e a mensagem do presidente.

“O milagre económico da redução da dívida, além de ser falacioso, deve-se sobretudo ao acréscimo substancial das verbas transferidas do Orçamento de Estado”

Rui Moutinho começou por lamentar que não constasse do documento qualquer referência ao valor despendido pelo município nas medidas de apoio às atividades económicas para superar as dificuldades criadas pela pandemia nem tão pouco uma relação do valor dos apoios concedidos a terceiros, instituições, IPSS’s e às próprias juntas de freguesia.

O vereador do PSD apontou depois uma contradição entre os dados apresentados nos documentos e a mensagem do presidente da câmara. “É dito que há uma poupança líquida que alegadamente permite libertar cerca de 9,5 milhões de investimento, quando se esquecem que existem empréstimos contratados e outros a contratar que ainda estão num período de carência e por isso não têm um custo de amortização. Dá uma imagem ilusória daquilo que é o equilíbrio das contas da câmara municipal”, disse, referindo ainda que apenas 81% das despesas de funcionamento são asseguradas por receitas próprias.

O vereador social-democrata garantiu que “o milagre económico da redução da dívida, além de ser falacioso, deve-se sobretudo ao acréscimo substancial das verbas transferidas do Orçamento de Estado”, e que o executivo podia e devia ter reduzido a taxa de participação no IRS, dando um “novo folego aos orçamentos das famílias paredenses”.

Sobre as receitas de capital, sublinhou que “houve uma minúscula execução da rubrica de bens de investimento”, de 0,07%, o que mostra que havia um “empolamento orçamental dessa receita, facto que o presidente participou num passado muito recente ao Ministério Público como constituindo a prática de um crime”. “Mudam-se os tempos, mudam-se as convicções”, atirou.

No que toca à divida, Rui Moutinho realçou que o prazo médio de pagamento se mantém em 144 dias e que dívida a fornecedores de conta corrente passou para 2,5 milhões de euros e a de fornecedores de imobilizado para 3,5 milhões. Além disso, houve um decréscimo do património líquido na ordem dos 9 milhões de euros.

“Não há um milagre das rosas. Há é uma boa gestão das contas, fazendo obras com o máximo de fundos comunitários”.

“Não estamos cá para nos desculparmos com o passado, mas para mostrar como fizemos diferente do passado”, começou por dizer o presidente da câmara de Paredes, Alexandre Almeida, comparando as contas que herdou em 2017, quando chegou à liderança da autarquia, com as do ano de 2020.

O passivo da câmara baixou 20 milhões de euros em três anos, passando de 103 para 83 milhões. De 2019 para 2020, a redução foi de 5 milhões de euros. Já os financiamentos bancários desceram de 31,7 para 28 milhões de euros, menos quase três milhões de euros e as dívidas a fornecedores passaram de 17.2 para 7.2 milhões de euros.

Alexandre Almeida realçou ainda que a redução do passivo aconteceu num contexto de redução da taxa de IMI, de 0,4% para 0,3%.

“Não há um milagre das rosas. Há é uma boa gestão das contas, fazendo obras com o máximo de fundos comunitários. Está à vista de todos que com o maior número de obras alguma vez feita em Paredes conseguimos reduzir o passivo da câmara municipal, dar apoios às freguesias e diminuir a dívida a fornecedores. O objetivo é continuar a fazer obra e manter as contas equilibradas como até agora”, rematou.