- Julho 22, 2021
Câmara de Paredes e CESPU assinaram protoloco para criar unidades de apoio às vítimas de violência doméstica

A câmara de Paredes e a CESPU – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário assinaram esta quarta-feira, 21 junho, um protocolo para apoiar as vítimas de violência doméstica do concelho de Paredes e da região.
O protocolo de colaboração assinado no âmbito do Plano Municipal de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género prevê a criação do Serviço de Apoio e Informação à Vítima (SAIV) de violência doméstica, com duas unidades, uma na CESPU e outra na autarquia. Ao todo estarão cinco técnicos especializados ao dispor das vítimas na resposta “ao flagelo da violência doméstica”.
O serviço é gratuito e confidencial e dirige-se a qualquer vítima, independentemente do concelho de residência.
Na assinatura do protocolo, o presidente da câmara de Paredes, Alexandre Almeida, destacou a importância destes espaços para dar “uma resposta mais eficaz no apoio às vítimas e no combate ao flagelo da violência doméstica”, fenómeno que o autarca diz ter-se acentuado no último ano devido à pandemia.
“Tudo o que possamos fazer para minimizar este flagelo social é sempre pouco. Por muito que se atue, estas situações vão continuar a existir. Já atuávamos nesta área e agora o que estamos a tentar fazer é exponenciar aquilo que já fazíamos com mais meios. Esta parceria com a CESPU vem dar mais capacidade de atuação”, frisou.
“Com a pandemia houve pessoas que perderam rendimentos e isso potencia estes fenómenos de violência doméstica”, acrescentou, salientando que as vítimas de outros concelhos também poderão requerer ajuda neste serviço.
Madalena Oliveira, consultora da Câmara de Paredes na área da violência doméstica e docente da CESPU, explicou que estas duas estruturas vão funcionar como independentes, mas poderão articular serviços, dando apoio psicológico e social a todos os que necessitem.
A docente adiantou ainda que os números existentes no concelho são muito idênticos ao do território nacional.
pretendem assegurar o atendimento e acompanhamento das vítimas de violência doméstica, bem como das pessoas que procurem apoio e/ou informação neste âmbito.
“Em média uma em cada três mulheres é vítima de violência e é fundamental criar sinergias e respostas de forma a minimizar este problema e dar uma efetiva proteção a estas vítimas”, salientou.
Madalena Oliveira reconheceu ainda que este fenómeno ocorre sobretudo na esfera doméstica e o confinamento veio agudizar as situações e dificultar os pedidos de ajuda. “Felizmente, a Secretária de Estado e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género criaram medidas extraordinárias para chegarem a todos e a todas, foi reforçado o tipo de apoios, e tanto o município como a CESPU estão de parabéns pelo facto de terem criado estas duas estruturas”, frisou.
A estrutura alojada na CESPU entra em funcionamento esta sexta-feira e na segunda-feira a instalada na câmara municipal.
Na assinatura do protocolo estiveram também presentes Beatriz Meireles, vereadora da Ação Social da autarquia, Beatriz Meireles, José Alberto Ramos Duarte, Reitor do Instituto Universitário de Ciências da Saúde, Susana Mota, representantes da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) e Alexandra Serra, Maria Emília Areias e Ricardo Dinis, docentes da CESPU.
OBJETIVOS DO SAIV:
▪ Assegurar o atendimento e acompanhamento das vítimas de violência doméstica, bem como das pessoas que procurem apoio e/ou informação neste âmbito;
▪ Promover um apoio integrado junto das vítimas que considere as diferentes dimensões, designadamente em termos sociais, psicológicos, encaminhamento para apoio jurídico, apoio médico e outras respostas sociais e/ou formativas que se revelem pertinentes, sem descurar nunca a segurança das vítimas;
▪ Diligenciar os encaminhamentos necessários para outras estruturas da Rede e outras Organizações locais, regionais ou nacionais para uma resposta mais célere e eficaz;
▪ Disponibilizar apoio às Instituições Concelhias na abordagem às situações de violência doméstica, assumindo-se como um recurso para os profissionais que, direta e indiretamente, intervêm nesta problemática;
▪ Promover ações de informação e sensibilização junto da comunidade local.