- Julho 11, 2019
Auditoria às contas da câmara apresentada na assembleia municipal

O relatório mostra que não foram contabilizados nas contas 5,5 milhões de euros em empreitadas lançadas em 2017 e 4,6 milhões em contratos permuta.
A auditoria independente pedida às contas da câmara municipal de Paredes foi apresentada na última sessão da assembleia municipal de Paredes. O relatório analisa diversos processos como o do OLAF – Organismo Europeu de Luta Antifraude, sobre as irregularidades nos centros escolares, do Campo das Laranjeiras ou do contrato de concessão com as Águas de Paredes, e aborda também os valores da dívida e passivo.
A oposição abordou o tema logo no período antes da ordem do dia. O CDS-PP foi o primeiro a criticar as conclusões da auditoria. “Após 614 dias da tomada de posse do presidente eis que finalmente vem a esta assembleia a auditoria que o senhor tanto apregoou durante a campanha. Analisando o relatório consegue-se tirar a conclusão que o mesmo ficou muito aquém do que se esperava e que havia sido prometido”, disse Macedo Lemos, criticando também o facto do documento analisar apenas as contas de 2017 comparativamente a 2018.
Já a CDU lembrou a auditoria às contas foi pedida durante a campanha eleitoral por quase todos partidos, incluindo o candidato do PS e atual presidente da câmara. “A CDU acompanhou com a distância conveniente, adivinhando limitações dessa auditoria e uma provável incongruência dessa avaliação. E os tempos deram-nos razão. Agora que foram conhecidos os resultados da auditoria era importante analisá-la e tirar as devidas consequências”, disse Cristiano Ribeiro, defendendo que o PS parece não estar interessado em tirar grandes conclusões da auditoria, talvez por não serem bastante conclusivas essas conclusões ou por introduzirem mudanças radicais na gestão administrativa do município que atualmente não lhes interessa”.
Da bancada do PSD, Manuel Gomes também deixou críticas ao documento. “Andaram a dizer que vinha aí um gigante adamastor disfarçado de auditoria. Chegado o dia, afinal parece que não havia gigante e nem sequer era adamastor”, gracejou o deputado.
Em defesa do executivo, Rui Silva falou do passivo e criticou o discurso do PSD. “Dizem que a auditoria não assusta ninguém, pois não, vocês não vão pagar o que foi feito. Quem teve responsabilidade de fazer uma gestão deste calibre devia ser responsabilizado. Se fossem contabilizados cinco milhões em obras lançadas à pressa em 2017 e mais quatro milhões em benfeitorias que foram prometidas às pessoas que doaram terrenos o passivo não ia para 103 milhões, mas para 113 milhões de euros”, atirou.
O líder da bancada socialista lembrou que antes de 2017 Paredes era um dos 13 concelhos que não cumpriam com a Lei dos Compromissos e acusou a gestão do PSD de ter falhado na resolução de outros problemas, como o caso OLAF, cujo relatório “esconderam dentro da gaveta”.
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