- Março 24, 2023
António Jesus Ferreira, o mestre dos consertos de calçado

Mais de 70 anos a trabalhar como sapateiro.
Nesta viagem ao mundo das tradições, fomos até à vila de Cete, em Paredes, mais propriamente, à rua Luís Sapateiro. O nome não enganava, era o sítio certo. Chegados ao local, avistamos uma pequena oficina junto a uma habitação. Longe vai a época onde naquele diminuto local trabalhavam três pessoas ao mesmo tempo.
Com uma ‘janelita’ do lado da estrada, que outrora servia para atender ao postigo os exigentes clientes, os sapateiros ‘andavam às aranhas’ para dar conta do imenso trabalho. Ali viviam e trabalhavam os melhores a fazer e a consertar sapatos, da freguesia e quiçá das redondezas.
Hoje, apenas António Jesus Ferreira ali se encontra, sendo que na oficina, cuja porta raramente é aberta, já não há trabalho, nem tampouco a azáfama dos imensos pedidos dos clientes.
Neto, filho, irmão e sobrinho de sapateiro, António Ferreira, de 88 anos, seguiu a profissão para a qual foi criado. Começou neste antiquíssimo ofício em tenra idade e nele trabalhou até há bem pouco tempo, por altura da covid. “Enquanto aqui tinha material ainda ia fazendo. Como tinha de ir buscá-lo ao Porto, quando acabou, deixei o trabalho”, frisou.
As mãos e a saúde já não lhe permitem trabalhar na arte, mas ainda há os que lhe pedem serviços. “Já quase ninguém fala em sapateiros”, destacou. Ainda assim, às vezes, os “mais antigos” perguntam-lhe se ainda faz qualquer coisita. “Tenho que lhes dizer que já não efetuo qualquer tipo de serviço. Eram pessoas que gostavam muito do meu trabalho”, sustentou.
A reportagem completa na edição de 23 de março de 2023