- Junho 16, 2023
Alexandre Almeida afirmou que não era necessário, mas vai pedi-lo.

Alexandre Almeida afirmou que não era necessário, mas vai pedi-lo.
Alexandre Almeida, presidente da Câmara Municipal de Paredes, anunciou, na última reunião de executivo, que vai solicitar um Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos, a ser construída na zona industrial de Parada/Baltar.
“Mesmo não sendo necessário, não custa nada fazê-lo”, afirmou o edil municipal, em declarações aos jornalistas, após a sessão.
Saliente-se que Ricardo Sousa, vereador dos social-democratas, que no dia anterior à reunião havia enviado um comunicado aos órgãos de comunicação social sobre o tema, questionou o edil municipal, Alexandre Almeida, sobre a existência do Estudo de Impacte Ambiental. “O que lhe pergunto hoje é se de facto existe ou não um Estudo de Impacte Ambiental, com as consequências que podem haver para a região, de desvalorização ou não nas zonas envolventes e para o concelho de Paredes, particularmente para as freguesias onde está fixado e envolventes”, indagou.
“Numa sessão de esclarecimento, disse que a obra a que nós chamamos de fábrica do lixo, à qual o senhor [Alexandre Almeida] dá o nome pomposo de Unidade de Valorização Orgânica de Biorresíduos do Vale do Sousa, não avançaria” até haver conclusões do estudo. “Até disse que o mesmo existia no prazo de 60 dias e ainda hoje não é público”, afirmou, dizendo: “Aquilo que nos deu não é um Estudo de Impacte Ambiental, mas um parecer técnico para a seleção de biofiltros, e o estudo não existe ainda”, reiterou.
Alexandre Almeida esclareceu que não devem ser trocados os nomes, pois “não há nenhuma fábrica do lixo”, mas, sim, “uma Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos”.
O presidente da câmara considerou também que “a parte mais crítica está feita, que era a única questão que podia causar qualquer tipo de impacto, tem que ver com os odores”. O que mede o Estudo de Impacte Ambiental? “Desde logo, o impacto para a zona na construção da fábrica. Ou seja, o número de camiões que vai para lá para fazer a fábrica é exatamente o mesmo que vai para fazer outra fábrica qualquer ou edifício”, assegurou.
“Depois, punha-se a questão de verter águas, isso é algo que não existe, pois é tudo feito indoor, não há impacto e vai para o saneamento normal. Outro aspeto que poderia causar impacto é o número de viaturas que depois chegam à Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos todos os dias”, continuou. “Tendo em conta a capacidade, que são 25 mil toneladas por ano, o número máximo de camiões com resíduos orgânicos que poderão chegar lá, dos seis municípios, são seis viaturas por dia, ou seja, não há qualquer tipo de impacto”, acrescentou.
Isto porque “a quantidade que temos de camiões de lixo a circularem no concelho de Paredes todos os dias é muito superior a esse número”, garantiu.
Portanto, aquilo que era apontado como mais crítico, a emissão de odores, já tinha sido salvaguardado numa primeira fase, “sendo coberta”, lembrou o presidente, destacando que, em relação à escolha dos filtros, teria de haver um estudo, neste caso da Universidade de Aveiro.
“Para que não seja feito um caso dessa questão, não custa nada, é completar o parecer técnico e faz-se um Estudo de Impacte Ambiental”, frisou, reiterando que a solução que foi definida é a mais competente e a que mais garantias dá aos seis municípios da região.
“Tomara à Lipor que não fizéssemos a nossa Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos porque vai ter uma e dizia que a disponibilizava se quiséssemos colocar lá os nossos resíduos. Agora, quem iria ganhar dinheiro com os nossos resíduos seriam os municípios afetos à Lipor e não os municípios que estão afetos à Ambisousa, o que acho que é um desperdício enorme”, rematou.