- Março 8, 2024
A que porta devo bater? Psiquiatra ou psicólogo?
Esta é uma dúvida que muitas pessoas têm quando as coisas correm menos bem.
É frequente que psiquiatras e psicólogos partilhem o mesmo espaço e até trabalhem em equipa, no sentido de compreenderem melhor cada caso e oferecerem as melhores alternativas de tratamento a cada passo.
Definido um plano, psiquiatras e psicólogos dividem o tratamento de acordo com as suas melhores competências.
O psiquiatra é médico, por isso conhece o funcionamento do cérebro, bem como todas as coisas que lhe podem acontecer para alterar o seu bom funcionamento.
Muitos dos problemas psicológicos resultam de alterações cerebrais que aparecem mesmo que a vida corra bem. Nestes casos, diz-se que a doença é “endógena”, que vem de dentro, e precisa de tratamento com medicamentos, sendo o psiquiatra a pessoa mais qualificada para o instituir.
Por outro lado, muitas vezes, as alterações psicológicas acontecem porque há uma combinação entre os acontecimentos desagradáveis da vida e um desequilíbrio neurofisiológico que acontece no nosso cérebro. Aqui, o psicólogo vai fazer uma avaliação psicológica, ou seja, vai focar-se detalhadamente em aspetos relacionados com a maneira como a pessoa pensa, com as suas emoções, comportamentos, hábitos de vida, crenças e relações interpessoais, identificando questões problemáticas do funcionamento psicológico.
É intenção principal do psicólogo ajudar o paciente no seu autoconhecimento, na exploração e compreensão da perturbação, na autorregulação emocional, assim como nas estratégias de coping para que possa enfrentar as suas escolhas e tomadas de decisão.
Resumindo, vejamos o exemplo do diagnóstico de depressão: é provável que o psiquiatra prescreva um medicamento com efeitos na melhoria do estado de humor. A partir desta melhoria, a pessoa sente uma maior disposição para agir. Por sua vez, o psicólogo cria condições para a compreensão do que a levou a desenvolver a depressão, para aprender como lidar com o sofrimento e resolver problemas, prevenindo o aparecimento dos mesmos sintomas no futuro.
Ou seja, ambos trabalham com o objetivo do alívio do sofrimento e na promoção do bem-estar. Na dúvida, procure sempre ajuda, seja qual a direção.